O timbre inesquecível de Mercedes Sosa
TUNEL DO TEMPO quinta-feira, setembro 4th, 2014A cantora argentina Mercedes Sosa, uma das vozes mais conhecidas do folclore latino-americano, nasceu em Tucumán no dia 9 de julho de 1935. Mercedes que tem grande prestígio na América Latina é conhecida pelo apelido de La Negra, devido os seus longos e lisos cabelos negros.
Mercedes foi descoberta aos quinze anos de idade, cantando numa competição de uma rádio local da cidade natal, quando foi-lhe oferecido um contrato de dois meses.
Admirada pelo timbre de contralto, Mercedes gravou o primeiro disco Canciones con Fundamento, com um perfil de folk argentino.
Consagrou-se internacionalmente nos EUA e Europa em 1967, e em 1970, com Ariel Ramirez e Felix Luna, gravando “Cantata Sudamericana” e “Mujeres Argentinas”. Gravou um tributo também à chilena Violeta Parra.
Mercedes interpreta um vasto repertório, gravando canções de vários estilos. Atua freqüentemente com muitos músicos argentinos como León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, e outros latino-americanos como Milton Nascimento, Fagner e Silvio Rodríguez.
É também uma conhecida ativista política de esquerda, foi peronista na juventude. Em tempos mais recentes manifestou-se como forte opositora da figura de Carlos Menem e apoiou a eleição do ex-presidente Néstor Kirchner.
Sua preocupação sócio-política refletiu-se no repertório interpretado, tornando-se uma das grandes expoentes da Nueva Canción, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas.
Extremamente engajada politicamente, amargou anos de exílio voluntário, durante os quais excursionou por diversos países, inclusive o Brasil. Música brasileira é uma das paixões de Sosa. São muitos os encontros com nomes como Milton Nascimento, Chico Buarque e Raimundo Fagner.
No Brasil, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros artistas, são expressões da Nueva Canción, marcada por uma ideologia de rechaço ao que entendiam como imperialismo norte-americano, consumismo e desigualdade social. A Polygram sempre aproveita as excursões de Mercedes Sosa ao Brasil para lançar seus novos discos.
Em 1998 em turné pelo Brasil Mercedes passou pelo aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde foi proibida de sair da sala VIP, lá foram vê-la seus amigos Milton Nascimento e Chico Buarque, entre outros.
Na época, seu nome constava na relação dos indesejáveis da ditadura militar que dominava o Brasil.
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